Já no campo da política tivemos um marco na nossa história
com o segundo impeachment. Em abril tivemos um domingo sofrido com as
declarações que acompanhavam os votos favoráveis ao processo, como homenagem a
torturador e declarações em nome de familiares dos parlamentares, mas e povo
como vai ficar? Nisso ninguém pensou. Após a queda de Dilma o país desandou,
ministérios foram extinguidos, direitos estão a cada dia sendo cercados por
interesses do mercado e a população cada vez mais marginalizada, sem emprego,
sem saúde (pois está sendo sucateada propositalmente) e segurança. Neste
trágico ano também foi aprovada a Pec que determinou o teto de gastos do setor
público, fazendo com que os próximos 20 anos possivelmente marcados pela falta de
investimento na saúde e na educação. Em nosso estado as coisas conseguem estar
mais precárias, pois possuímos um governador que ao mesmo tempo possui um
número considerável de CC’s (até para fundações extintas, diga-se de passagem) e
parcela o salário dos funcionários públicos de forma desumana.
Fala-se na astrologia que o ano de 2016 foi o encerramento
de um ciclo de 36 anos denominado de ciclo do egoísmo e como todos
encerramentos, foi brusco. O ciclo do altruísmo que agora inicia-se haverá um
demorado processo de adaptação para todos, com isso minhas expectativas para
este ano ainda estão embasadas por ainda estar pensando o que foi concluído no
ciclo anterior e o que desejo para este novo. Apesar de parecer mais uma
daquelas listas de virada de ano de “este ano quero x, ser uma pessoa y, quero
ter z”, esta é realmente uma grande oportunidade para direcionarmos nossas
vidas para o caminho “ideal”.
Em 2016 experimentei novos caminhos, como trancar um
semestre da faculdade para estudar para o concurso da ANVISA, foi um período
muito importante pois pude conhecer mais de mim mesma, meus limites, níveis de
ansiedade, de pressão, e minha preguiça. Pude observar a diferença nítida entre
estudar um assunto desconhecido por “pressão” e estudar um assunto que lhe é
fascinante, como as aulas. Também notei como as pessoas cobram umas às outras
sem o mínimo de empatia, mas quando são cobradas da mesma forma acham terrível.
Notei que sempre, ênfase no sempre, nos prejudicamos quando fazemos algo por
pressão e insistência dos outros. Aprendi como ser verdadeiramente grata a cada
dia, a cada lição aprendida e a perdoar o passado.
Espero neste ano arranjar-me financeiramente e profissionalmente,
o que não está fácil para ninguém, e ser capaz de traçar objetivos para
alcançar algo que ainda não sei. Apesar de estudarmos planejamento, nunca sei o
que eu quero para um futuro próximo, tentarei planejar em 30 anos como
aprendemos neste semestre. Mas como já dizia o Gato Chershire de Alice no País
das Maravilhas: que caminho deves seguir? Isso depende de onde quer ir. Se não
sabe para onde ir, qualquer caminho serve!